domingo, 23 de maio de 2021

9-A CANGA - Casimiro Cunha



9-A CANGA

Casimiro Cunha

 

Pleno campo, céu de anil, que o sol dourado ilumina, a primavera traz flores de fragrância peregrina.


Em tudo palpita o belo na sublime transcendência, das dádivas generosas na Divina Providência.


Os bons, porém, desconhecem se há mistérios da beleza e gastam no atrito longo as forças da Natureza.


Acende-se a luta enorme, chifradas, golpes violentos, ruído ensurdecedor, pelos rotos, pés sangrentos.


Há flores espatifadas nos caminhos da abundância, é cegueira, dor e morte em males da ignorância.


Mas, um dia, o lavrador, notando a exigência ativa, vendo a zona perturbada, traz a canga educativa.


Os brigões acham de novo a paz, a harmonia, o bem.


O sofrimento em conjunto é o campo que lhes convém.


Toleram-se mutuamente sem rixas nem desatinos, e aprendem a trabalhar sem desprezo aos dons divinos.


Muitas vezes também, no mundo, parentesco e obrigação, são recursos necessários as luzes da educação.


Amigo, se estás na canga de lutas indefinidas, não fujas, atende a Deus, cura os males de outras vidas.



XAVIER, Francisco Cândido pelo Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da natureza. São Paulo/SP:Butterflay editora Ltda,2002, ed.1. Cap 9, p.8.

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